Geossítio 28 Conglomerado do Carbónico
Em resultado da desagregação da cadeia montanhosa varisca…
Um olhar atento às rochas que afloram neste geossítio permite identificar vários fragmentos de calhaus (clastos) de forma mais ou menos arredondada unidos por um cimento. Os clastos são formados por rochas mais antigas que observamos em zonas próxima tais como xistos, grauvaques e quartzitos, que evidenciam os momentos de desagregação e erosão de vertentes da Bacia Carbonífera do Douro, no período Carbónico, há cerca de 300 milhões de anos.
Este geossítio faz parte do Itinerário C: Paiva, o vale surpreendente.
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Informação Geológica
O Conglomerado do Carbónico é um conglomerado clasto-suportado, formado por elementos provenientes de rochas vizinhas mais antigas, como xisto e grauvaques do Supergrupo Dúrico-Beirão e também quartzitos provenientes, possivelmente, dos materiais das formações Santa Justa e Sobrido.
A origem deste conglomerado remonta ao Paleozoico superior, altura em que ocorreu a colisão dos continentes então existentes na Terra, conduzindo à formação do supercontinente Pangeia e a um processo de formação de montanhas conhecido por Orogenia Varisca. Este processo de dobramento e levantamento da cadeia Varisca terá condicionado a formação de bacia(s) intramontanhosa(s) de natureza lacustre, que foram preenchidas por desagregação das suas vertentes dando origem, nomeadamente, à Bacia Carbonífera do Douro, que constitui o mais extenso afloramento do Carbónico continental existente em Portugal, estendendo-se desde S. Pedro Fins (E do Porto) até Janarde (E de Arouca), ao longo de uma estreita faixa com cerca de 50 quilómetros de comprimento, raramente ultrapassando os 500 metros de largura.
A orientação das rochas da bacia é aproximadamente N130º+10ºE, apresentando inclinações quase sempre para o quadrante NE e variando entre 45 e 90 graus.