Gola do Salto

O desnível da Gola do Salto é originado graças à conjugação de duas falhas geológicas com orientações distintas. Enquanto que uma tem direção N-S e é responsável pelo alinhamento retilíneo do rio, nesta região, a outra tem direção NE-SW e determina a orientação do desnível. Esta conjugação elevou o bloco a montante da falha NE-SW, permitindo a formação da pujante queda de água. Assim, este geossítio é um exemplo da elevada influência que as falhas geológicas têm na definição dos cursos de água.

A jusante da queda de água encontramos diversas marmitas de gigante (depressões arredondadas no leito rochoso do rio) esculpidas pela forte ação erosiva das águas bravas do rio Paiva, que na Gola do Salto se tornam ainda mais enérgicas, e pelos sedimentos transportados pelo rio. Ao longo do tempo as depressões são cada vez mais largas e profundas. Por sua vez, os sedimentos que encontramos no interior das marmitas tornam-se cada vez mais arredondados.

Neste geossítio e nas suas imediações é possível observar metaconglomerados clasto-suportados constituídos essencialmente por clastos de quartzo, quartzito e alguns de xisto correlacionados com a Formação de S. Domingos. Os clastos são, geralmente, subrolados e de dimensões muito variadas atingindo, por vezes, 5 centímetros de diâmetro.

A deposição de areias, há cerca de 600 milhões de anos, em ambiente litoral (próximo de zona de praia, terá permitido a formação inicial de uma rocha sedimentar o arenito. Mais tarde, os cristais de quartzo que integravam a composição mineralógica desta rocha terá recristalizado, devido à ocorrência de metamorfismo, formando as rochas quartzíticas.