Geossítio 18 Livraria do Paiva
Livros de pedra que preservam marcas da vida…
Sobre a ribeira de Mourinha, afluente do Paiva, erguem-se, imponentemente, na paisagem rochas verticalizadas que lembram as lombadas dos livros dispostos em estantes numa livraria ou biblioteca, daí a designação «Livraria do Paiva».
Esta é uma paisagem metamórfica bem marcada pelas cristas quartzíticas que sobressaem na paisagem devido à elevada dureza do quartzito: uma rocha metamórfica, formada no fundo do mar, há cerca de 475 milhões de anos, a partir de areias ricas em quartzo. Estas rochas ainda salvaguardam marcas de atividade dos seres vivos que habitavam o mar de então, com particular destaque para as Cruziana, pistas resultantes da atividade de artrópodes como as trilobites.
Ao realizar o percurso pedestre geoturístico PR5, linear, com 1,5km de extensão, é possível observar este geossítio.
Este geossítio faz parte do Itinerário B: Pelas minas e recantos desconhecidos do Paiva.
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Informação Geológica
Estes afloramentos quartzíticos, de idade Arenigiano (Ordovícico Inferior), foram resultantes da deposição de areias, há cerca de 475 milhões de anos (Período Ordovícico), nas margens pouco profundas do paleocontinente Gondwana, em latitudes então muito próximas do Pólo Sul. Contem icnofósseis, ou seja, marcas de atividade dos seres vivos que habitavam o mar de então, com particular destaque para as Cruziana, resultante da atividade de artrópodes como as trilobites.
A verticalização dos estratos aqui presente relaciona-se com a colisão continental que veio dar origem à Pangeia e à formação da cadeia Varisca. Este processo compressivo levou à emersão de vastas áreas conduzindo, nomeadamente, à verticalização destes estratos que tinham sido depositados na horizontal.