Geossítio 4 Marmitas de Gigante do Caima
Onde a água molda a pedra…
As pessoas dizem que “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. Assim acontece com as marmitas de gigante: depressões que encontramos no fundo rochoso do rio. Estas estruturas resultam da dinâmica gerada após períodos de chuva que originam o aumento do caudal do rio Caima. Consequentemente a energia das águas torna-se superior e capaz de transportar areias e blocos rochosos de dimensões variadas (sedimentos).
Ao percorrer o vale do rio, desde a ponte sobre o rio Caima até à aldeia da Mizarela, é possível observar que as Marmitas de Gigante se formam em rocha granítica, tornando-se cada vez mais numerosas, mais largas e profundas à medida que nos aproximamos do ponto onde ocorre a queda de água da Frecha da Mizarela. O rio Caima que se forma não muito longe daqui, a partir da confluência das várias linhas de água do interior do planalto serrano, irá desaguar no rio Vouga.
Este geossítio integra o itinerário A «Freita, a Serra Encantada» da Rota dos Geossítios do Arouca Geopark.
Informação Geológica
As marmitas têm origem nas irregularidades do leito rochoso do rio que se desenvolve, a montante da queda de água da Frecha da Mizarela sobre o Granito da Serra da Freita, uma rocha leuco a mesocrata, de textura fanerítica e grão médio, com cerca de 310 milhões de anos. Estas irregularidades retêm, nas suas proximidades, alguns sedimentos. A acumulação de sedimentos vai, por sua vez, provocar um movimento turbilhonar da água, cuja energia cinética propicia um movimento circular. Pouco a pouco, devido ao atrito, os sedimentos vão escavando depressões mais ou menos circulares no leito do rio Caima, dentro dos quais ficam aprisionados.
Com o decorrer do tempo, as depressões aumentam e os seixos que estão no seu interior tendem a tornar-se mais pequenos e arredondados. Estas depressões estão sempre voltadas para cima e podem aparecer sozinhas ou em grupos, ao longo de uma linha de fratura. Neste último caso, ao longo do tempo, as depressões podem coalescer formando canais de escoamento de água.