Geossítio 38 Mira Paiva

Vislumbrando o Paiva…

Este geossítio inclui o ponto panorâmico de Mira Paiva e toda a área abrangente até à margem direita do rio Paiva. Deste local, de elevado valor paisagístico, é possível observar o vale do rio Paiva e a aldeia de xisto da Paradinha, classificada como «Aldeia de Portugal».

O rio Paiva nasce na Serra de Leomil, em Moimenta da Beira, percorrendo cerca de 110 km até desaguar no rio Douro, entre os concelhos de Castelo de Paiva e Cinfães. Nos últimos dois milhões de anos, o rio Paiva foi modelando a paisagem. Rasgou e esculpiu as margens do vale, transformando-o na principal barreira entre a Serra de Montemuro e o maciço da Gralheira (serras da Freita, Arada e Arestal).

Neste geossítio, no fundo do vale, a área de recreio e lazer da Paradinha convida a desfrutar das águas deste rio. Aqui deparamo-nos com uma enorme quantidade de blocos, seixos e areias. Estes depósitos denominam-se sedimentos e são as rochas mais recentes do Arouca Geoparque Mundial da UNESCO. De composição e cores diferentes, refletem rochas como os xistos, os granitos, os quarzitos, entre outras, que o rio interseta e arranca à sua passagem. Quanto mais arredondadas, mais longo foi o transporte, pelo que muitos dos sedimentos são oriundos de lugares bem distantes desta localidade.

Este miradouro é, ainda, privilegiado para a observação dos desportos de aventura no Rio Paiva, em particular do percurso de águas bravas que se estende de Meitriz até ao Areinho, considerado de grau de dificuldade baixo (nível I/II, numa escala de I a VI).

Este geossítio faz parte do Itinerário C: Paiva, o vale surpreendente.
Saiba mais sobre a Rota dos Geossítios aqui.

O rio abraça, de forma convexa, a zona de recreio e lazer anexa a esta aldeia. Com efeito, a corrente é mais forte na margem côncava, erodindo-a mais do que a margem convexa, onde deposita parte da sua carga sólida. Por este motivo, observam-se na margem convexa (e, neste caso, na margem direita) uma área fluvial formada, em grande parte, por calhaus soltos, de origem diversa, mas boleados pelo rio, que por si só contam a história geológica da região. É também possível observar a jusante a foz do Rio Paivô, que drena uma parte significativa da área sudoeste do Arouca Geopark. A região é abrangida pela Bacia Hidrográfica do Douro.

É, igualmente, reconhecido ao sítio de Mira Paiva valor do ponto de vista paleontológico tendo sido, no ano de 2010, realizado trabalho de campo que permitiu recolher inúmeros fósseis vegetais, em rochas do Carbónico, comprovando a complexidade da Bacia Carbonífera do Douro.

Interesses

Geomorfológico Geomorfológico
Paleontológico Paleontológico
Sedimentológico Sedimentológico
Rede Natura 2000 Natura 2000

Uso

Educativo Educativo
Turístico Turístico

Relevância

Local Local

Coordenadas Mira Paiva

Fotografias e Vídeos Galeria

Mira Paiva ©Avelino Vieira

Mira Paiva ©Avelino Vieira