Geossítio 11 Pedras Boroas do Junqueiro
Dizem que se assemelha à côdea da broa
No interior do planalto da Serra da Freita, no Junqueiro, destacam-se na paisagem as “Pedras Boroas”. Os blocos rochosos, arredondados, identificam a rocha que aqui existe: o Granito da Serra da Freita, que neste geossítio assume formas peculiares. Além dos blocos arredondados, um curioso fenómeno designado de “fissuras poligonais” forma um reticulado na superfície destes blocos graníticos, tornando estas “pedras” semelhantes à superfície da côdea das tradicionais broas de milho, tão populares na gastronomia deste Geoparque Mundial da UNESCO.
Junto a algumas linhas de água que drenam a área envolvente a este geossítio ocorrem pequenas turfeiras, resultantes da acumulação de matéria vegetal, particularmente musgos do género Sphagnum, em decomposição muito lenta. Aqui, observamos também os matos compostos por urze, tojo, carqueja, plantas insetívoras como a orvalhinha, diversas espécies de libélulas e libelinhas a esvoaçar, a rã-ibérica, o tritão-de-ventre-laranja ou a salamandra-de-pintas-amarelas.
Poderá descobrir mais sobre a região, através dos caminhos do percurso geoturístico PR15. Este geossítio é palco da prova de trail «Maratona Filhos da Freita».
Este geossítio faz parte do Itinerário A: Freita, A Serra Encantada.
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Informação Geológica
As pedras boroas do Junqueiro enquadram-se num dos relevos residuais graníticos do planalto da Serra da Freita. Neste geossítio merecem particular relevância dois blocos de granito (um dos quais se apresenta deslocado da sua posição original) com uma fissuração poligonal bem expressiva. As fissuras poligonais encontram-se bem individualizadas e estendem-se por toda a superfície verticalizada destes blocos. Apresentam geralmente 5 a 6 lados não regulares e apenas alguns centímetros de profundidade.
De acordo com os geomorfólogos, a génese e evolução destas geoformas envolve a associação de processos sub-superficiais e sub-aéreos. Este tipo de modelado terá tido início sub-superficialmente e com uma relação direta com a estrutura da rocha, conforme se pode observar nas fissuras já bem definidas e desenvolvidas em fraturas verticais deste relevo residual, reforçando a importância deste geossítio. Esta rede de fraturas/fissuras permite a circulação de água, que propicia a ocorrência de processos físico-químicos, e a progressão da meteorização e erosão, que tem continuidade com a exposição sub-aérea dos blocos.