Geossítio 11 Pedras Boroas do Junqueiro
Sobre um altaneiro “monte de granito”, situado no Junqueiro, assumem particular destaque, no planalto serrano, as rochas que se batizam de “Pedras Boroas”. Um curioso fenómeno designado de “fissuras poligonais” forma um reticulado na superfície destes blocos graníticos, tornando estas “pedras” semelhantes à superfície da côdea das tradicionais boroas de milho, tão populares na gastronomia deste geoparque. A rede de fraturação deste granito, a água, os seres vivos, bem como outros agentes erosivos desempenharam, aqui, um papel crucial na sua origem, desde tempos imemoriais. Muitos curiosos procuram este geossítio hoje, devidamente identificado com uma bandeirola e equipado com um passadiço de acesso, uma plataforma de observação e um painel interpretativo.
Informação Geológica
As pedras boroas do Junqueiro enquadram-se num dos relevos residuais graníticos do planalto da Serra da Freita. Neste geossítio merecem particular relevância dois blocos de granito (um dos quais se apresenta deslocado da sua posição original) com uma fissuração poligonal bem expressiva. As fissuras poligonais encontram-se bem individualizadas e estendem-se por toda a superfície verticalizada destes blocos. Apresentam geralmente 5 a 6 lados não regulares e apenas alguns centímetros de profundidade.
De acordo com os geomorfólogos, a génese e evolução destas geoformas envolve a associação de processos sub-superficiais e sub-aéreos. Este tipo de modelado terá tido início sub-superficialmente e com uma relação direta com a estrutura da rocha, conforme se pode observar nas fissuras já bem definidas e desenvolvidas em fraturas verticais deste relevo residual, reforçando a importância deste geossítio. Esta rede de fraturas/fissuras permite a circulação de água, que propicia a ocorrência de processos físico-químicos, e a progressão da meteorização e erosão, que tem continuidade com a exposição sub-aérea dos blocos.