Geossítio 13 Quartzodiorito de Espinho (Pedras Cebola)
Rochas que «descamam» como as cebolas…
Este geossítio observa-se no talude da estrada, junto à aldeia de Chão de Espinho. Aqui consegue-se compreender como se formam os blocos arredondados que persistem na paisagem envolvente a este local: numa primeira fase, gera-se uma rede de fraturas (diáclases) que divide o maciço em blocos semelhantes a paralelepípedos. Ao longo do tempo, o desgaste e erosão dos blocos (principalmente nos vértices e arestas) origina uma descamação da rocha, em camadas mais ou menos concêntricas, como se fossem cebolas.
Aqui, observamos a rocha que aflora em toda a zona central de Arouca, nomeadamente, no centro histórico, no Calvário ou nos Viveiros da Granja, o “Granitoide de Arouca”. Outrora já foi amplamente utilizada no setor da construção, nomeadamente na edificação do Mosteiro e outros edifícios antigos do centro histórico de Arouca.
Pelas Pedras Cebola passam as míticas provas de trail «Maratona Filhos da Freita» e «Dolorosa de Moldes».
Este geossítio faz parte do Itinerário A: Freita, A Serra Encantada.
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Informação Geológica
O Maciço de Arouca, rocha que encontramos no geossítio Pedras Cebola, corresponde a uma rocha granitoide biotítica com plagióclase, de composição variável desde granodiorito a quartzodiorito, apresentando uma forma elipsoide cujo eixo maior se dispõe na direção WNW-ESSE. É considerado um granito tardi- a pós-D3, o que corresponderá para os granitoides da Zona Centro Ibérica (ZCI) a uma idade entre 321-290 Ma, de acordo com trabalhos publicados em 2019.
Aqui observamos um estádio ainda precoce na evolução da fraturação ortogonal do Maciço Quartzodiorítico. A rede de diaclases deste corpo divide-o em blocos maiores e menores, com um aspeto de paralelepípedos grosseiros. Por sua vez, a meteorização é mais acentuada nesses planos de diaclasamento, dada a mais intensa circulação das águas de infiltração aí verificada. Uma vez que o grau de meteorização nos vértices é superior ao das arestas, os blocos tendem a ficar cada vez mais arredondados e a afastar-se uns dos outros. Adicionalmente, observa-se aqui, nitidamente, a disjunção esferoidal ou “em casca de cebola”, sendo também notório que a superfície mais externa do bloco se apresenta muito arenizada, contrastando com o núcleo do bloco quartzodiorítico menos alterado.