Geossítio 30 Vau
O Vau é um geossítio situado, aproximadamente, a meio dos Passadiços do Paiva, no qual o corpo granítico de Alvarenga tem a sua terminação sul, nas proximidades da «ponte suspensa», onde outrora existiu uma barca que fazia a travessia entre Canelas e Alvarenga. Nesta área de recreio e lazer, encontramos uma rocha designada corneana, formada pelo metamorfismo de contacto provocado pela intrusão granítica, há cerca de 300 milhões de anos. A partir do Vau, o Rio Paiva escavou um vale mais largo e, por isso, a energia das águas passa a ser mais reduzida. Isto deve-se ao facto da generalidade dos metassedimentos encaixantes serem mais facilmente erodidos que o granito.
No Vau ocorre ainda a foz do Ribeiro do Fontão, que após percorrer um vale de fratura que se estende, pelo menos, desde a Aldeia da Estreitinha até ao Vau, cai em cascata apetecível para a prática do canyoning.
Na área deste geossítio, preserva-se ainda uma galeria ripícola bem conservada constituída, maioritariamente por amieiros, freixos e salgueiros, que são o habitat para diversas espécies animais, como o guarda-rios, a salamandra-lusitânica, o lagarto-de-água, a borboleta Apatura ilia ou a libélula Macromia splendens. Na sombra deste «corredor verde» vivem também diversas plantas herbáceas como o feto-real ou o vulnerável Anarrhinum longipedicellatum (endemismo lusitânico).
Este é, ainda, um local de eleição para a fruição de bons momentos de lazer e também ponto de partida (troço Vau-Espiunca) e chegada (troço da Garganta) para os praticantes dos desportos de águas bravas que se realizam no Rio Paiva, com particular destaque para o rafting.