História Mosteiro e Museu de Arte Sacra
Visitar o Mosteiro de Arouca é conhecer uma parte muito significativa da história deste território, bem como muitas das dinâmicas sociais que ainda hoje conserva. De fundação anterior à própria nacionalidade, este mosteiro ergue-se, no coração do Vale de Arouca, um dos mais férteis da região. Desde o século X, são várias as páginas da história de Portugal que aqui se cruzam, sobretudo após o ingresso e tutela de D. Mafalda, filha do rei D. Sancho I e neta de D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal.
O atual edifício monástico data dos séculos XVII/ XVIII e alberga um riquíssimo Museu de Arte Sacra, cuja visita integra espaços internos do mosteiro como, os Claustros, a Cozinha, a Sala do Capítulo, onde encontramos testemunhos da história, através da pintura, da escultura, da ourivesaria, do mobiliário e dos diversos objetos religiosos. Desde 1933 que o povo de Arouca, dando vida à Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda, conseguiu conservar o valioso espólio que hoje podemos apreciar, bem como a imponência do próprio edifício e a sua riquíssima decoração interior.
Visita Educativa
O milenar Mosteiro de Arouca, fundado entre 915 e 925, é o maior monumento granítico em Portugal. A sua construção, num vale fértil e de abundante água, motivou o desenvolvimento de toda a região, que cresceu em seu redor. Com um papel ativo na reconquista cristã, em 1226, por influência de D. Mafalda, neta de D. Afonso Henriques, o Mosteiro adota a Ordem de Cister e torna-se o mais importante e poderoso Mosteiro feminino português.
A configuração atual e parte do Mosteiro de Arouca data dos séculos XVII e XVIII, em estilo barroco. Ao longo das visitas guiadas a este Monumento Nacional é possível conhecer espaços monásticos como o Claustro, a Cozinha, a Sala do Capítulo, o Coro das Freiras e uma das mais valiosas coleções de Arte Sacra, exposta nos seus antigos dormitórios. Um convite para uma singular viagem de descoberta de 10 séculos de História!
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Mosteiro e Museu de Arte Sacra Igreja
A comunidade monástica arouquense e a casa mãe de Alcobaça concordaram que era necessário proceder-se à reconstrução da Igreja do Mosteiro de Arouca.
Assim, seguindo o projeto do arquiteto maltês Carlos Gimac, dá-se início à reformulação do espaço de culto (aquela que é, hoje, a Igreja Paroquial de São Bartolomeu de Arouca e o espaço da igreja das freiras/ cadeiral). Entre 1704 e 1730, foi ganhando forma um espaço luminoso, equilibrado nas suas cores e formas, sóbrio na escultura e ricamente decorado pela talha dourada, à boa maneira do Barroco.
Mosteiro e Museu de Arte Sacra Rainha Santa Mafalda
Mafalda, filha do rei D. Sancho I e de D. Dulce de Aragão, chegou a Arouca após um casamento anulado com Henrique I de Castela. O casamento, que teve lugar em 1215, nunca foi consumado, e acabou por ser dissolvido um ano depois. Mafalda tomou como propósito de vida a gestão do Mosteiro de Arouca, sua propriedade, fazendo desta casa uma referência e da sua vida um exemplo de santidade. O povo reconheceu-lhe as virtudes, ao chamar-lhe “Rainha Santa”, após a sua beatificação, já no século XVII. Os seus restos mortais jazem numa urna relicário, em ébano e prata, na Igreja do Mosteiro, e a Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda promove o seu culto, com os festejos a 2 de maio, feriado municipal.
Mosteiro e Museu de Arte Sacra Portal do Terreiro
O Portal do Terreiro de Santa Mafalda tem um simbolismo especial. Reconstruído em 2012, apresenta elementos do barroco rococó e neoclássicos, do século XVIII. Esculpidas, encontramos as armas de Cister e de Portugal, bem como os bustos dos nobres D. Ansur e D. Elva, que foram patronos desta “casa”.
Mosteiro e Museu de Arte Sacra Terreiro de Santa Mafalda
O Terreiro do Mosteiro de Arouca é uma espécie de antecâmara para a entrada no edifício do Mosteiro, unindo vários espaços emblemáticos. Passando o portal, surge, à direita, a antiga Casa dos Padres; ao fundo, uma belíssima escadaria, que enquadra o edifício do celeiro, onde os foreiros pagavam os seus tributos e os mais desfavorecidos recolhiam a sua esmola e algum alimento; à esquerda, a entrada principal do mosteiro, pontuado por locutórios, onde as monjas recebiam algumas visitas, os aposentos da abadessa e dois torreões a limitarem esta ala, como se fossem torres de menagem.
Mosteiro e Museu de Arte Sacra Claustro e Sala do Capítulo
Após a sua morte, as monjas eram, habitualmente, sepultadas no Claustro, onde ainda se podem encontrar os seus túmulos numerados.
Na Sala do Capítulo, eram sepultadas as abadessas. Nesta mesma sala, eram levadas a cabo as reuniões mais importantes da comunidade religiosa, conduziam-se julgamentos, numa espécie de tribunal interno, prestavam-se contas e tomavam-se as decisões para o futuro. Hoje, com um silêncio austero e penetrante, podemos apreciar os belíssimos azulejos do século XVIII que, embora de autor desconhecido, serão da Escola de Coimbra, com retratos de uma paisagem que fazem lembrar a Flandres e os Países Baixos.
Mosteiro e Museu de Arte Sacra Cozinha
Era neste espaço que as monjas davam forma a um dos segredos mais bem guardados deste mosteiro: as receitas da doçaria conventual. Mas não só. A dimensão da cozinha diz bem da dinâmica da comunidade, como podemos comprovar pelo tamanho da lareira, do forno, da mesa central (feita de uma peça única de granito) ou da arca (feita de um único tronco de castanheiro). Aqui se combinavam e temperavam os ingredientes, muitos provenientes dos foros e das rendas das terras que o mosteiro administrava.
E, claro, os ovos que, com o açúcar e a amêndoa, são os sabores essenciais para que a doçaria monástica de Arouca seja uma referência nacional e um verdadeiro símbolo destas terras. Nas casas de Doces Conventuais, encontrará estes segredos, sob a forma de verdadeiras tentações gastronómicas.
Mosteiro e Museu de Arte Sacra Cadeiral e Órgão
O Cadeiral é um espaço que respira música, que inunda as cadeiras de jacarandá, cada qual com uma carranca esculpida, uma delas de óculos, à espera de ser descoberta. Separadas do povo por grades de madeira, aqui as monjas assistiam à missa, com os livros de cânticos nestas estantes, sentadas ou em misericórdia. À sombra do monumental órgão, com as paredes recortadas pela talha e pela pintura, a Santa Rainha continua a presidir, ao fundo, aos destinos do Mosteiro, imortalizada na escultura de Jacinto Vieira. Esculpidas pelo mesmo autor encontram-se, ao lado de Santa Mafalda, outras monjas santas.
Foi em 1743 que o órgão, construído por Manuel Benito Gómez, organeiro de Valladolid, ganhou voz. Contam-se-lhe 1352 tubos, regulados por 24 registos, sendo considerado, pelos especialistas, um dos instrumentos mais importantes da escola de organaria ibérica em todo o mundo.
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Mosteiro de Arouca
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